Academia brasileira anuncia os filmes pré-selecionados para concorrer uma vaga no Oscar 2023

Na segunda-feira (5) será anunciado o filme que irá concorrer a vaga no Oscar.
By CAJR
30/08/2022

Academia Brasileira de Cinema e Artes Audiovisuais anunciou a lista com os seis filmes pré-selecionados para concorrer a uma vaga na categoria de Melhor Filme Internacional do Oscar 2023.

Confira:

  • A MÃE, de Cristiano Burlan
  • A VIAGEM DE PEDRO, de Laís Bodanzky
  • CARVÃO, de Carolina Markowicz
  • MARTE UM, de Gabriel Martins
  • PACIFICADO, de Paxton Winters
  • PALOMA, de Marcelo Gomes

Ao todo, foram 28 longas-metragens inscritos e habilitados a concorrer à vaga e, pela primeira vez, a eleição será realizada em dois turnos. No dia 5 de setembro, segunda-feira, será escolhido, entre os seis pré-selecionados, o filme que representará o Brasil na disputa por uma vaga no Oscar do próximo ano.

Mudanças

Com a proposta de tornar os filmes brasileiros mais competitivos no Oscar, a comissão de seleção de indicação do filme brasileiro na premiação foi completamente reformulada. As mudanças na comissão do Oscar no Brasil foram divulgadas em maio e já serão válidas na edição de 2023 da premiação.

Antes de explicar as mudanças, você precisa entender como funcionava o processo de seleção do filme brasileiro enviado para a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas dos Estados Unidos (EUA). Até a última edição da premiação, em que o filme Deserto Particular foi eleito como representante do país no Oscar, essa escolha era definida em apenas uma única reunião com todos os membros da comissão.

Segundo o crítico e membro da Academia Brasileira de Cinema, Waldemar Dalenogare, esse formato, comum nos anos 1990, têm problemas estruturais consideráveis, sendo os principais:

  • O selecionado brasileiro era enviado tardiamente à Academia dos EUA, o que deixava um tempo hábil mínimo para que a campanha internacional do filme fosse convincente para entrar na pré-lista (composto por 25 filmes de língua estrangeira com chances de indicação em todas as categorias);
  • Embora a Academia brasileira seja composta por um número considerável de membros, a comissão de seleção não — o número não foi revelado —, trazendo pouca diversidade e debate durante esse processo de seleção.

Reformulação

Apontados os problemas acima relatados por Dalenogare, ele e outros membros da Academia brasileira criaram um grupo interno de estudos em dezembro de 2021 para que a comissão do Oscar no Brasil não repetisse os mesmos erros dos últimos anos e que o representante do país tivesse mais chances de, pelo menos, ser selecionado na pré-lista da principal premiação do cinema mundial.

  1. A primeira grande mudança está no número de membros da comissão, que agora será composta por até 25 pessoas, gerando mais espaço para debate, não só em questões técnicas, mas distribuição e campanha internacional.
  2. Outra mudança será feita na pré-lista interna, de até 6 filmes. Ou seja, a comissão terá duas etapas de seleção, a inicial com todos os inscritos e análise de todos eles para a criação dessa pré-lista, só depois a seleção do candidato brasileiro.
  3. A terceira será a antecipação do processo de seleção do Brasil. Isso quer dizer que o brasileiro eleito será enviado até setembro, proporcionando tempo hábil para o trabalho de distribuição mundial e, principalmente nos EUA, mais passagens por festivais e campanha de marketing.

Maiores chances de prêmio?

Em termos de comparação, essas mudanças se aproximam de modelos como do cinema da Coreia do Sul e do Japão; ambos os países têm se destacado nos últimos anos na premiação com títulos como Parasita e Drive My Car.

A proposta da comissão é evitar escolhas “marcadas” e isso poderá até mesmo pressionar a Agência Nacional do Cinema (Ancine) para que casos de atrasos na distribuição de longas com potenciais não aconteçam, como Marighella e os premiados longas de Kleber Mendonça Filho Bacurau Aquarius — ambos sequer foram escolhidos como representantes do país no ano em que foram lançados, mesmo com destaque internacional.

Isso é a garantia de uma nomeação? Obviamente não. Mas eu creio que a partir de agora o Brasil terá muito mais chances do que nos últimos anos […] Esse debate é fundamental até porque o cinema brasileiro é riquíssimo e fico feliz que finalmente depois de alguns anos e de muita luta deu tudo certo.

finaliza Dalenogare.

Presidida por Bárbara Cariry, a Comissão de Seleção deste ano é formada por 19 membros: André Pellenz, Barbara Cariry, Cavi Borges, David França Mendes, Eduardo Ades, Guilherme Fiúza Zenha, Jeferson De, João Daniel Tikhomiroff, João Federici, José Geraldo Couto, Juliana Sakae, Marcelo Serrado, Maria Ceiça de Paula, Patricia Pillar, Petra Costa, Renata Almeida, Talize Sayegh, Waldemar Dalenogare Neto e Zelito Viana.

Confira aqui os detalhes e as fichas técnicas dos seis filmes.

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CAJR - Carlos Alberto Jr

Resultado de uma experiência alquímica que envolvia gibis, discos e um projetor de filmes valvulado. Jornalista do Norte que invadiu o Sudeste para fazer e escrever filmes.
  • Animes:Cowboy Bepop, Afro Samurai e Yu Yu Hakusho
  • Filmes: 2001 – Uma Odisseia no Espaço, Stalker, Filhos da Esperança, Frank e Quase Famosos
  • Ouve: Os Mutantes, Rush, Sonic Youth, Kendrick Lamar, Arcade Fire e Gorillaz
  • Lê: Philip K. Dick, Octavia E. Butler, Ursula K. Le Guin e Tolkien
  • HQ: Superman como um todo, assim como as obras de Grant Morrison e da verdadeira mente criativa por quase tudo na Marvel: Jack Kirby