A BBC está passando por um grande processo de mudança, mas os fãs de Doctor Who podem respirar aliviados: não há planos de acabar com a série tão cedo. Muitas pessoas nem sabem o quanto a televisão britânica difere dos outros sistemas televisivos do mundo. A maior diferença se dá com a existência da BBC.
A emissora é um canal de serviços públicos, financiada por uma taxa de licenciamento que todos os donos de um aparelho de tevê no Reino Unido são obrigados a pagar. Guardada as devidas proporções, é parecido como a TV Cultura funciona em relação ao Estado de São Paulo.
A programação precisa sempre ser algo que é benéfico para a sociedade, porém não obtém lucros. O assunto deste financiamento da BBC sempre foi um grande tema de conflito político.
O Partido Conservador Britânico sempre foi fortemente e hostilmente oposto ao pagamento da taxa. No último final de semana, a Secretária da Cultura Nadine Dorries anunciou que o pagamento da licença será congelado pelos próximos dois anos, uma decisão que surpreendeu a liderança da emissora.
O corte financeiro representaria uma perda de 2 bilhões de libras para o canal. Fãs de diversas produções do canal se manifestaram com medo de seus programas favoritos serem cancelados por falta de orçamento.
Tanto Doctor Who quanto Top Gear e Dancing With The Stars são chamadas de supermarcas da BBC, ou seja, os carros-chefe da emissora que são atrativos para os públicos internacionais. São os licenciamentos destas três atrações para o resto do mundo que trazem a maior fonte de renda do canal além da taxa paga pelos britânicos.
Para quem se preocupa com o destino de Doctor Who, o anúncio recente tem o efeito contrário: sem a taxa, os programas se tornam ainda mais valiosos do que nunca para a BBC.
Resultado de uma experiência alquímica que envolvia gibis, discos e um projetor de filmes valvulado. Jornalista do Norte que invadiu o Sudeste para fazer e escrever filmes.