ANÁLISE | God of War Ragnarök é um triunfo de proporções épicas

O melhor pai do mundo, Kratos, retorna em uma obra-prima que consegue superar a entrada de 2018 na célebre série da Sony.
By BRDS
06/11/2022

[Esta resenha é uma tradução, não um trabalho autoral da redação da A Era Nerd]

Se você tivesse a chance de mudar seu destino, você mudaria? Essa é a questão central de God of War Ragnarök, da Sony Santa Monica, que retoma a história de Kratos e seu filho Atreus em meio a um Fimbulwinter (na Mitologia Nórdica, é o prelúdio imediato para os eventos do Ragnarök) implacável.

.A franquia “God of War” tem sido uma queridinha da crítica desde sua primeira entrada em 2005, elogiada por seu compromisso com a narrativa diferenciada sem sacrificar a jogabilidade. Justamente quando o conto de vingança grego parecia chegar a uma conclusão natural, Kratos voltou com uma vingança no renascimento da série com tema da mitologia nórdica de 2018, graduando-se de Combos de Ataque e Slashs para um épico de aventura de ação sofisticado e simplificado.

Acompanhar esse jogo magistral pode parecer uma tarefa hercúlea (ou do tamanho de um Thor, neste caso). Mas como Kratos, “Ragnarök” desafia as probabilidades e consegue superar seu antecessor em todos os sentidos. 

É claro que o tempo passou desde a última vez que vimos nossos protagonistas, mas pouco mudou – Kratos está estóico como sempre, enquanto Atreus (também conhecido como Loki) anseia por respostas sobre seu papel no iminente Ragnarök. 

O jogo não perde tempo colocando o jogador de cabeça em ação, começando com uma eletrizante batalha de trenós puxados por cães contra a ex-aliada Freya, ainda furiosa com a morte de seu filho Baldur nas mãos de Kratos. Quando um encontro inesperado com o deus Æsir muda as coisas em alta velocidade, a dupla pai-filho deve viajar pelos nove reinos enquanto enfrentam uma profecia do fim do mundo. 

A essência da batalha parece praticamente a mesma do último jogo, com uma série de novos ataques rúnicos e melhorias refrescantes feitas na habilidade Spartan Rage. Mas algumas grandes surpresas de combate ligadas ao enredo impulsionam a jogabilidade de “excelente” para “praticamente perfeita”. As animações de finalização são mais horríveis e abundantes, e melhor adaptadas a cada tipo de inimigo. Meu favorito pessoal é aquele em que Kratos corta os braços de um atacante antes de chutá-lo para o esquecimento. 

Embora os jogadores possam se ater à missão principal e experimentar uma história completa, seria uma pena perder muitas das aventuras secundárias satisfatórias que contribuem para a tradição geral, desde descobrir a história por trás de uma Rainha Valquíria até ajudar um ferreiro peculiar a se recuperar um orbe misterioso. 

Completar a campanha completa e a maioria das missões opcionais em um PS5 me levou 35 horas na dificuldade padrão “Give Me Balance”. Viciados por massacre poderiam facilmente acumular mais uma dúzia (ou mais) de horas enfrentando uma série de batalhas Berserker, a versão “Ragnarök” das desafiadoras lutas Valkyrie de seu antecessor.

Os fãs de longa data vão gostar de mais vislumbres para o passado distante da franquia – um momento particularmente agradável acontece quando Kratos, normalmente um homem de poucas palavras, tenta compartilhar a história da Caixa de Pandora. Alerta de spoiler: ele não é nenhum Mimir. Momentos como esse lembram aos jogadores a jornada incrivelmente longa do herói desde suas origens gregas e o quão longe ele chegou. O trabalho de voz de comando de Christopher Judge traz seriedade e uma ternura recém-descoberta para Kratos, cujo arco “Ragnarök” leva o personagem a profundidades inteiramente novas, mantendo-se fiel ao seu ethos. 

Os adoráveis irmãos anões Brok e Sindri, que finalmente fizeram as pazes, têm muito mais tempo de tela nesta volta. Eles provam ser mais do que apenas uma aberração e encrenqueiros grosseiros, tornando-se o coração de alguns dos momentos mais pungentes do jogo. Claro, eles ainda aparecem nos reinos, atualizando o Machado Leviatã e as Lâminas do Caos para causar o máximo de estragos. 

 

Eles são acompanhados por uma coleção de novos personagens, o mais bobo dos quais é o zelador da árvore do mundo Ratatoskr (em sua forma completa de esquilo, não apenas como uma invocação rúnica). Adições ao conjunto já grande podem parecer arriscadas, mas a Sony Santa Monica as detalha  sem sacrificar o desenvolvimento de nenhum dos favoritos dos fãs. 

Para um enredo que está enraizado na profecia, “Ragnarök” ainda consegue surpreender a cada passo, conseguindo uma reviravolta de cair o queixo em sua décima primeira hora. Sua narrativa é simplesmente incomparável, com várias cenas me levando às lágrimas (tanto de riso quanto de tristeza). Ele também acerta a aterrissagem, com um soco emocional que encerra sua história. 

“God of War Ragnarök” é nota 10 em 10, marcando cada caixa com uma combinação de ação pulsante, humor e desenvolvimento de personagem que permanecerá com os jogadores por muito tempo depois de terem completado a campanha. É uma obra-prima que prova que até um velho deus pode aprender novos truques. 

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Fonte: Variety


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