CRITICA | Elvis, o primeiro candidato ao Oscar chega aos cinemas

Com nomes de peso, o destaque está na atuação magnética do até então desconhecido Austin Butler.
By CAJR
12/07/2022

Um dos mais aguardados de 2022, o novo filme inspirado na vida de Elvis Presley, intitulado Elvis, será lançado oficialmente nos cinemas brasileiros no próximo dia 14 de julho. A redação da A Era Nerd teve acesso antecipado sobre o longa de um dos principais personagens da cultura pop.

Conhecido por seus musicais, o cineasta Baz Luhrmann, indicado ao Oscar, dirige o drama da Warner Bros. Pictures, estrelado por Austin Butler e Tom Hanks, também vencedor do Oscar.

A começar que o filme é narrado sob a ótica do empresário artístico de Elvis, "Colonel" Tom Parker, contendo momentos em que a quarta parede é quebrada, onde o narrador se dirige diretamente ao público que o assiste. A narrativa não ocorre em uma ordem 100 % cronológica, o que acaba trazendo um sentido ainda maior quanto aos acontecimentos da vida do cantor.

Fora isso, ao longo do filme, ao passar situações que ocorreram de fato em sua vida, há também o registro de acontecimentos históricos que ocorreram exatamente naquela época, firmando ainda mais um aspecto da realidade.

A história mergulha na complexa dinâmica entre Presley e Parker, que se estendeu por mais de 20 anos, desde a ascensão de Presley à fama até seu estrelato sem precedentes, tendo como pano de fundo a evolução da paisagem cultural e a perda da inocência na América. No centro dessa jornada está uma das pessoas mais importantes e influentes na vida de Elvis, Priscilla Presley.

O filme também retrata a relação do Rei do Rock com sua família, seus relacionamentos amorosos, além, são claro, da relação árdua e complicada com a sua equipe e principalmente com o empresário. Um dos grandes destaques nítidos é a questão remetida ao amor que Presley tinha pelo que ele fazia, cantava e tocava. Além de sempre reforçar a ideia do quanto ele era apaixonado pelos seus fãs, e como eles retribuíam esse amor na mesma intensidade.

Com essa narrativa ficam nítidas todas as razões do por que Elvis é tão icônico, adorado e impactante até mesmo para aqueles que inicialmente não acompanhavam sua carreira. E não deixou de mostrar a realidade de como inicialmente foi difícil para ele ser aceito ao performar rhythm and blues. Além de deixar claro a sua influência na música e na cultura que marcam presença mesmo após o falecimento de Elvis Presley.

De fato, o filme em si mexe as emoções de quem o assiste, desde sentir de fato o quão emocionante eram os primeiros até os últimos shows, onde a performance única e chamativa de Elvis se destacava bastante, causando grandes alvoroços.

A edição é um grande espetáculo de montagens visuais bem dinâmicas e surpreendentes prendendo o telespectador de uma maneira criativa e personalizada, seguindo a identidade visual de Elvis.

Trilha Sonora

Para a trilha sonora do longa foram cotados apenas grandes nomes da música atual, como Eminem, Diplo, CeeLo Green, Stevie Nicks, Jack White, Jazmine Sullivan e Tame Impala. Além de ser composta, claro, por diversos dos sucessos do próprio Elvis. Todas as músicas tem o poder singular de envolver e contagiar a todos com muita emoção e ritmos dançantes.

Outro fator de grande destaque é que ao longo do filme são utilizadas em certos momentos, gravações reais dos shows que o falecido artista fez na época, trazendo uma mescla perfeita entre a atuação de Austin Butler e a performance única de Elvis Presley.

Candidato ao Oscar?

A fotografia é outro destaque do filme, em algumas cenas feitas por câmeras de mão, a produção consegue recriar alguns planos típicos da época e exagera no uso de planos médios e nos closes nas expressões de Butler e expressão das atrizes que interpretam as fãs do cantor. A maquiagem, cabelo, roupas nos transportam para os anos 60, 70 e 80, ficando nítida a preocupação com a caracterização e com os cenários. Tudo é feito com esmero e merece ser reconhecido na parte técnica da premiação do Oscar 2023.

Entretanto, minha única crítica, fica quanto a maquiagem de Butler durante a passagem de tempo do filme, ainda mais pensando na figura de Elvis, que mudou bastante na parte final de sua carreira e vida.

Elenco e equipe

Ao lado de Tom Hanks e Austin Butler, a premiada atriz de teatro Helen Thomson (“Top of the Lake”) interpreta a mãe de Elvis, Gladys; Richard Roxburgh (“Moulin Rouge!”) retrata o pai de Elvis, Vernon; e Olivia DeJonge (“A Visita”) interpreta Priscilla.

Com Luke Bracey (“Até o Último Homem) como Jerry Schilling; Natasha Bassett (“Ave, César!”), como Dixie Locke; David Wenham (a trilogia “O Senhor dos Anéis”), como Hank Snow; Kelvin Harrison Jr. (“Os 7 de Chicago”) no papel de B.B. King; Xavier Samuel (“Amor sem Pecado”) como Scotty Moore; e Kodi Smit-McPhee (“Ataque dos Cães”) como Jimmie Rodgers Snow. E muito mais.

Para interpretar icônicos artistas da música no filme, Luhrmann contou com a cantora e compositora Yola, como Irmã Rosetta Tharpe; o modelo Alton Mason, como Little Richard; o texano de Austin, Gary Clark Jr., como Arthur Crudup; e a artista Shonka Dukureh, como Willie Mae "Big Mama" Thornton.

Vale a pena?

No fim das contas Elvis é uma cinebiografia vibrante e controversa, que com certeza fará o ator Austin Butler ser o favorito ao Oscar por sua atuação. A longa duração, e a fórmula de ascensão e queda, podem ser coisas que atrapalham um pouco o longa, mas nem de longe quebram o rebolado de Butler.

Elvis chega aos cinemas a partir da quinta (16).

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CAJR - Carlos Alberto Jr

Resultado de uma experiência alquímica que envolvia gibis, discos e um projetor de filmes valvulado. Jornalista do Norte que invadiu o Sudeste para fazer e escrever filmes.
  • Animes:Cowboy Bepop, Afro Samurai e Yu Yu Hakusho
  • Filmes: 2001 – Uma Odisseia no Espaço, Stalker, Filhos da Esperança, Frank e Quase Famosos
  • Ouve: Os Mutantes, Rush, Sonic Youth, Kendrick Lamar, Arcade Fire e Gorillaz
  • Lê: Philip K. Dick, Octavia E. Butler, Ursula K. Le Guin e Tolkien
  • HQ: Superman como um todo, assim como as obras de Grant Morrison e da verdadeira mente criativa por quase tudo na Marvel: Jack Kirby