REVIEW: FIFA 22

Talvez só para a nova geração
By CAJR
30/09/2021

[Esse review foi escrito por meio da versão de teste de 10 horas disponível para assinantes da EA Play]

Minha trajetória com o FIFA é longa, acompanho a evolução do game desde 2006, com o FIFA 05. A franquia de futebol da Electronic Arts (EA) sempre buscou algo a mais, mesmo quando a Konami, com o Pro Evolution Soccer (PES) dominando o cenário, sobretudo com o público brasileiro.

Mas foi a partir do FIFA 12 que começos a ver muitos migrarem para o jogo de futebol da EA, os motivos: modo offiline muito aprimorado, com seus modos carreira, tanto como técnico e como jogador (controlando seu próprio avatar), além de mudanças contrastantes na gameplay, fazendo o jogo da EA ser a principal referências pra quem buscava um simulador “mais próximo da realidade”, sem perder o divertimento das partidas casuais.

Ao passo que a franquia de futebol da EA crescia ano após ano, o PES se mostrava cada vez mais defasado. E essa liderança, praticamente sem concorrência, fez de a franquia FIFA cair na mesmice. Muitos consideram que as mudanças do jogo da edição de 2017 até 2020, injustificáveis para a cobrança anual para um game novo.

A edição de 2021, o FIFA 22 chega de vez para a nova geração de consoles e esse review foi feito com base na versão de PC, que é a mesma da antiga geração de consoles. Isso quer dizer que, a versão que avalio não tem todos os upgrades prometidos pela EA para a nova geração de videogames.

Sem Hypermotion

Não há maior destaque no novo título é o Hypermotion. A EA mostrou esmero e cuidado ao fazer a captura de movimentos para o jogo. Desta vez, ao contrário do que foi feito nas últimas edições, o processo colocou dois times de 11 jogadores com uma roupa especial para que depois fosse feita de todas as circunstâncias da partida. Com machine learning, a técnica aplicada mapeou a parte tática e criou animações mais realistas.

Diferente da captura de movimento com dois, três atletas dentro do estúdio, ‘FIFA 22’ apostou na ramificação da inteligência artificial (IA) para analisar dados que automatiza a construção de modelos analíticos. Assim, a máquina aprende ao identificar padrões e, com o mínimo de intervenção humano, toma decisões.

Ou seja, o Hypermotion junto a outros recursos de IA otimizaram a interação no jogo e deixaram o gameplay mais realista, com passes menos robóticos na bola, movimentos e corridas suaves em campo e animações bem interessantes.

Em questão apenas de estética, é fácil reparar nas cutscenes em meio a uma partida os jogadores reagindo às determinas situação em meio ao jogo de forma mais real, sabe? Por exemplo: se Kevin De Bruyne erra dois pênaltis seguidos, ele não só ficará bravo, mas também decepcionado – algo que, automaticamente, afetará o desempenho posterior dele no jogo.

Vale ressaltar que todas essas novidades estão inclusas apenas nas versões de PlayStation 5 (PS5) e versão Series S/X.

Mas e pra quem não tem um videogame da nova geração?

Embora grande parte das mudanças do game sejam para a nova geração, há sim, algumas características novas na tecnicidade do FIFA 22. A física do chuta mudou, deixou de ser “tão pesado” e os chutas, principalmente com muita força e longa distância, estão mais próximos da realidade, sobretudo na questão das curvas que a bola faz ao arremate. O mesmo acontece com as cabeçadas, elas estão mais difíceis de acertar. O jogador deve calcular a força e canto que deve ser cabeceado. O que provavelmente deve dificultar jogadas “manjadas” de bolas aéreas.

Voltando para a física do jogo, as bolas paradas, sobretudo as faltas, também mudaram. Mesmo não sendo muito fã da escolha da EA em usar mira em conjunto com a força, a edição de 2021 está mais próximo da realidade no que diz respeito à força.

Modo Volta

A modalidade de futebol de rua segue muito parecida com a versão do FIFA 21, o que é um acerto. Uma vez que desde que a mobilidade entrou no jogo, incluindo com modo história, ela foi muito criticada pela falta do fator diversão, tendo a versão anterior do FIFA ajudado isso na gameplay facilitando os dribles, tabelas com a parede outros fatores que aproximam de uma partida de futebol de rua.

Mais do mesmo

Assim como o Modo Volta, há vários segmentos do jogo que seguem os mesmos. Não que isso seja necessariamente ruim, como o Modo Carreira, o Ultimate Team e as Temporadas. Embora tenha uma mudança ou outra, como as cutscenes mais apressadas nas negociações do Modo Carreira, o jogo se arriscou pouco e manteve o que fez o público continuar comprando o game anualmente.

O mesmo vale para os novos estádios, as cenas da torcida e abertura das competições. Tudo segue o mesmo. Na versão em português, a narração segue com Gustavo Villani, com comentários de Caio Ribeiro. No segundo ano do narrador, ele tem mais falas e o delay entre um lance e as reações diminuiu, aumentando a imersão do jogo.

Com Libertadores, mas clubes brasileiros com jogadores genéricos

Há várias outras novidades positivas incluindo a licença das duas principais competições intercontinentais do futebol: a Champions League e a Libertadores da América, mas uma tristeza permanece: a falta de licença dos clubes brasileiros, que estão todos com jogadores genéricos. Qual a graça de escolher o campeonato brasileiro?

Vale a pena?

A julgar pelos preços absurdos que a EA cobra, sinceramente não. Talvez essas mudanças para os consoles da nova geração sejam sim suficientes para investir no jogo, mas para os jogadores de PC, PlayStation 4 (PS4) e Xbox One, podem continuar com a versão do ano passado do jogo ou aguardem por uma boa promoção.

Vale lembrar que a franquia rival de futebol da Konami, que agora se chama EFootball, chego no fim deste mês e de graça. Vale a pena, pelo menos, conferir.

O FIFA 22 será lançado no dia 1º de outubro para PS5, PS4, Xbox Series X/S Xbox One, PC e Nintendo Switch. O preço do jogo, vale ressaltar, varia de acordo com a versão e a plataforma. Jogadores com uma assinatura EA Play (disponível para PlayStation, Xbox e PC) contam com 10% de desconto na reserva do game.


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CAJR - Carlos Alberto Jr

Resultado de uma experiência alquímica que envolvia gibis, discos e um projetor de filmes valvulado. Jornalista do Norte que invadiu o Sudeste para fazer e escrever filmes.
  • Animes:Cowboy Bepop, Afro Samurai e Yu Yu Hakusho
  • Filmes: 2001 – Uma Odisseia no Espaço, Stalker, Filhos da Esperança, Frank e Quase Famosos
  • Ouve: Os Mutantes, Rush, Sonic Youth, Kendrick Lamar, Arcade Fire e Gorillaz
  • Lê: Philip K. Dick, Octavia E. Butler, Ursula K. Le Guin e Tolkien
  • HQ: Superman como um todo, assim como as obras de Grant Morrison e da verdadeira mente criativa por quase tudo na Marvel: Jack Kirby